domingo, 16 de março de 2008

Entrevista com Júlio Kushida

Júlio é um mestre do kung-fu shaolin do norte japonês que mora atualmente em Pernambuco, Brasil, mas que também já residiu no Japão em Nagano. Veja a entrevista:

1. O que você acha que é destacavél na cultura japonesa em relação a cultura Brasileira?
Bom... É dificil comparar as culturas, pois de certo modo cada uma é diferente, mas uma grande diferença é a educação. O Japão é um país muito educado e respeitoso. Mesmo tendo várias modas e até mesmo sendo "Punk", este Punk pede desculpas. E isso é uma grande marca da cultura japonesa, o respeito e educação.

2. Agora que você comentou, o que você acha sobre a moda japonesa?
A moda japonesa é uma muito louca. Quanto mais você chamar atenção, mais eles gostam. Eu acho que isto esté relacionado à aparência, de olhos puxados e de cabelo liso, então esta moda é para eles se setirem diferentes.

3. Você acha que essa moda vai influenciar alguma coisa na tradição japonesa?
Apesar de toda esta moda, no dia da maior idade, por exemplo, todos os jovens com 21 anos se vestem de forma padrão japonesa. As meninas de quimono e os homens de roupas "sociais", sendo de acordo com so antigos costumes... Porém, todos têm cabelos de cores estranhas e não deixam a moda de lado.

4. Você acha que o Japão de hoje continua com suas tradições?
Sim, ele continua com seus festivais, costumes, vestes, mesmo sendo muito influênciado pelo capitalismo.

5. Quais os principais festivais em sua opinião?
Temos o de finados, ano novo e também o de Akusa, que é o carnaval japonês.

6. Quais as religiões mais predominantes?
Em primeiro lugar temos o Xitoísmo e em segundo o Budismo.

7. O que você pode nós dizer sobre os homens japoneses? É verdade que eles se maqueam?
Sim, é verdade. Isso vem mais da cultura, da tradição e costume dos japoneses. Eu acho que homens se maqueam pelo que vem do Kabuki. Kabuki é uma forma de teatro japonês, conhecida pela estilização do drama e pela elaborada maquiagem usada por seus atores, aonde homens podem interpretar mulheres, sendo assim não tem um certo preconceito como aqui no Brasil.

8. E sobre os terremos no Japão, são muitos?
Sim... Lá acontece frenquentemente, sendo assim, você já fica acostumado. Tem até lugares para abrigos durante um terremoto e também cartilhas para o que fazer durante um.


9. É verdade que muitas pessoas no Japão se suicidam?
Sim. Uma vez li que 35.000 estudantes se suicidavam por ano.

10. E como o suicidio é encarado no Japão? E porque?
O suicidio é tratado como uma honra. Eu acho que isso vem desde a época dos samurais, onde eles se matavam caso não atingissem a sua meta. Então, o suicídio não é encarado como um problema, e sim como uma "solução". No monte Fuji há um "Parque do Suicídio", onde várias pessoas se jogam do monte sem problemas. Existem até placas de incentivo, que levantam sua auto-estima dizendo: "não faça isso, repense!". Em algumas lojas você pode comprar um forca pronta ou até mesmo um manual de como se matar.

Baseando-se no que Júlio nos falou, podemos ter uma breve idéia de como a sociedade japonesa é nos dias de hoje; que foi muito influênciada pelo capitalismo, sendo conhecido como o japão pós-guerra. Como o própio Júlio disse, o Japão de agora parece outro mundo; de um lado você pode ver um gueixa passeando na rua, mas também pode olhar e ver ao seu lado um Gótico ou um Punk.

2 comentários:

Daniel Sagara disse...

é meu mestre =D

COLHEEERRR!!! disse...

Legal! Mas Júlio gosta de conversar sobre muitas coisas, essa entrevista podia ter sido maiorzinha ^^